Sebastião Baptista Leiria, nasce em Tavira, a 20 de Janeiro de 1918, na freguesia de Santiago, filho de João Francisco Leiria e de Maria da Encarnação Baptista Leiria, num cadinho místico e artístico, filho mais novo de seus pais, «menino de sua mãe», e parte a 22 de Novembro de 1972.
Desse casamento nascem mais três irmãos:
Manuel Wenceslau Leiria, em 28 de Setembro de 1907; José Crisóstomo Leiria em 27 de Janeiro de 1910 e Maximiano Baptista Leiria em 21 de Fevereiro de 1912.
Contrai matrimónio em 02 de Setembro de 1945 com Maria Luísa de Oliveira e Sousa Baptista Leiria. Dessa união nascem dois filhos, Maria Helena de Sousa Baptista Leiria e João Sérgio de Sousa Baptista Leiria, além da primeira filha prematura, Clotilde, que não sobreviveu.
Muito cedo, revela qualidades artísticas na música, poesia, desenho e pintura.
Dotado do chamado «ouvido absoluto», aprende a tocar piano com seu pai, órgão de tubos, (único restaurador/afinador á época) e acordeão.
Inicia-se, jovem, com seu pai e tios, mestres em pintura e desenho, na conservação e restauro em talha dourada dos altares das riquíssimas Igrejas desta cidade, bem como no retoque e pintura em telas a óleo belíssimas, que, ainda hoje se encontram dependuradas das suas paredes.
A mestria para o desenho e para as letras, é notória desde muito novo.
1931 concluí o 2º grau do Ensino Primário Elementar em Faro.
1937 cria e elabora artesanalmente, com companheiros tavirenses o jornal humorístico «O Grifo», do qual é o director.
1938 escreve e compõe pelas suas mãos, os seus primeiros livros de prosa e poesia. «Urtigas Amor & Cartas» e «Bolas de Sabão».
As suas funções públicas desempenha-as em Tavira.
1942 é admitido como Copista no Tribunal Judicial da Comarca de Tavira e em 27/02/1964, é nomeado Escrivão de Direito desse mesmo Tribunal Judicial.
Escreve, ensaia e apresenta diversas peças de Teatro e Revista, para as quais compõe as músicas, escreve as letras, cria, desenha e pinta os cenários, e acompanha ao piano:
1940 «Rebolão ou O Bacalhau Está Podre»;
1941 «Tavira Brinca Tavira»;
1944 «Ferro ao Fundo»;
1947 «Alforrecas Ao Luar»;
1953 «Não Há Paz entre as Alfarrobeiras»;
1954 «O Milagre das Amendoeiras»;
1955 «Quando o Algarve Canta e Ri»;
Todas registadas na Sociedade Portuguesa de Autores.
Entre 1953/1955 Ensaia e dirige, o «Orfeão Misto da Sociedade Orfeónica de Amadores de Música e Teatro de Tavira», criando e interpretando algumas músicas da sua autoria, entre elas o seu Indicativo «Tavira», a Rapsódia «Cantares Algarvios», bem como arranjos musicais de outros autores.
Com esse Orfeão, de cerca de cem vozes mistas e a Revista «Quando o Algarve Canta e Ri», percorre o Algarve e o Alentejo em espectáculos irrepetíveis, que culminam no «Teatro Maria Vitória em Lisboa».
1955 Compõe manualmente um novo livro de poesia «Colheita», com capa desenhada a carvão, cujo título e capa, é dado à obra apresentada em Tavira em 2003, contendo a sua obra poética e não só!
Desde 1958 dirige a Banda Municipal de Tavira, apresentando concertos semanais no Jardim do Coreto em Tavira, acompanhando as procissões, na cidade e suas freguesias, noutros concelhos e cidades do Algarve e até em Espanha, Senhora das Angústias em Ayamonte.
Compõe duas Marchas Fúnebres para a Banda Municipal de Tavira: «Dor e Lamento» e «Morte e Paixão» com os respectivos arranjos instrumentais, para a «Procissão de Sexta-Feira Santa».
A peça « Dor e Lamento» foi tocada pela última vez, no dia do seu funeral.
São ainda de sua autoria, a Marcha «Barbarismos» e «Marcha do Alto».
1947 É coautor com Isidoro Pires e Herculano Rocha da música da «Marcha do Concelho de Tavira», da autoria de Isidoro Pires.
1960 Sob sua regência, a Banda Municipal de Tavira concorre ao «I Grande Concurso Nacional de Filarmónicas e Bandas Civis, promovido pela Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho», tendo obtido o segundo lugar, em segunda categoria e o seu Maestro, o diploma de Mérito Artístico.
1961 Nomeado para exercer as funções de Professor de Canto Coral na Escola Técnica de Tavira.
Exerce igualmente as mesmas funções na Escola de Pesca de Tavira, Escuteiros e Mocidade Portuguesa, tendo composto os seus respectivos Hinos e Marchas.
Na vertente da Música Sacra, além das Marchas Fúnebres para a Banda de Tavira, escreve três Avé Marias, a primeira com 18 anos de idade, a «Missa Solene em honra de Nossa Senhora das Dores», bem como todos os cânticos do «Setenário» a Ela consagrado.
São também de sua autoria, os cânticos religiosos escritos para a «Trezena de Santo António», ainda hoje cantados na aludida trezena, na «Igreja de Santo António, na Atalaia em Tavira»..
Poeta de Jogos Florais, onde é distinguido com diversos prémios.
Autor do «Canto Novo» das tradicionais «Charolas da Luz de Tavira», escrito, musicado e ensaiado durante largos anos, a pedido do seu Principiador, Sr. Zé Zé Silva, como era conhecido na Luz de Tavira.
Corridinhos, escreve sete, alguns espalhados pelos Ranchos Folclóricos deste Algarve, sendo que um, para Coro a quatro vozes, «Corridinho é Campeão», consta ainda hoje do repertório do «Grupo Coral Tavira».
Desde os anos de 1940, compõe e ensaia as alegres Marchas de S. João, para as «Festas de S. João e S. Pedro, da Sociedade Orfeónica de Amadores de Música e Teatro de Tavira».
1965, Escreve e ensaia a Marcha Popular «Noite de S. João», com que desfila com um grupo de jovens tavirenses pelas ruas da cidade, ao som do seu acordeão, indo exibir-se na Rua D. Marcelino Franco, nas Festas de S. João.
A «Canção a Tavira», propositadamente escrita e musicada para as Festas da Cidade, «Festas da Misericórdia», é interpretada pela cantora Maria de Lurdes Resende, tendo sido gravada em disco.
Dirige e toca piano em três orquestras de música ligeira com outros músicos amigos. «Orquestra Terpsicora» «Orquestra Euterpe» e «Orquestra Balsínea».
Ainda em 1965, assume a Direcção da «Orquestra Típica Algarvia», com cerca de cinquenta instrumentos, sediada em Faro, para a qual propositadamente escreve a peça «Eis o Algarve», para orquestra e solista.
Faz para a referida Orquestra Típica a orquestração da Rapsódia «Cantares Algarvios» de sua autoria, constante do repertório do «Orfeão da Sociedade Orfeónica de Amadores de Música e Teatro de Tavira».
Colabora como articulista assíduo, nos jornais «Os Ridículos», «Povo Algarvio», «Jornal do Algarve», «Gazeta do Sul», «Folha de Domingo», sendo o correspondente em Tavira do «Primeiro de Janeiro» no Porto.
1968 Partilha com Ofir Chagas e Luís Horta a publicação do livro intitulado «Espaço de Tavira».
É o maior impulsionador para a criação do jornal «O Tavira», que já não chega a ver editado. O primeiro número sai em Janeiro de 1973.
1978, I Encontro da Imprensa Regional Algarvia, Sebastião Leiria é homenageado numa cerimónia pública, sendo descerrada, pelo seu neto João Miguel, uma lápide, no Coreto do Jardim da Cidade, onde foram realizados inúmeros concertos.
Junho de 1991, pelas Festas da Cidade, a Câmara Municipal de Tavira, publica o primeiro livro de poesia, «Cantigas de Bem Querer e outros Versos», uma pequena parte da sua vasta obra literária, com selecção e apresentação do Dr. Joaquim Magalhães, Reitor do Liceu de Faro e a filha do autor.
No Cine Teatro António Pinheiro em Tavira, tem lugar um espectáculo musical, totalmente preenchido com peças musicais e poéticas do autor, sob a direcção do Prof. Francisco Ramos e sua esposa Maria Adelaide Palmilha.
É celebrada missa em sua memória, na Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo, onde é cantada pelo «Grupo Coral Tavira», sob a direcção do seu fundador Professor Francisco Ramos, a Missa em honra de Nª S.ª das Dores, seguindo-se a inauguração da Rua Sebastião Leiria.
20 de Janeiro de 2001, editada também pela Câmara Municipal de Tavira, a Revista «Quando o Algarve Canta e Ri».
25 de Janeiro de 2003, ocorre a publicação do livro «Colheita», edição da Câmara Municipal de Tavira, em colaboração com Maria Helena Leiria, filha do autor.
22 de Novembro de 2008 apresentação do «Concerto dos noventa anos do nascimento de Sebastião Leiria», organização do «Grupo Coral Tavira».
04 de Abril de 2012, é criado o «I Concurso de Piano Sebastião Leiria», organização da «Academia de Música de Tavira».
24 de Junho de 2012, homenagem da Junta de Freguesia de Santiago de Tavira a Sebastião Leiria, como cidadão tavirense nascido, criado e residente na freguesia de Santiago.
24 de Novembro de 2012, «Concerto de Homenagem a Sebastião Leiria» pelos quarenta anos da sua morte, organização do «Grupo Coral Tavira».
27 de Março de 2013, «2º Concurso de Piano Sebastião Leiria», organização da «Academia de Música de Tavira».
11 de Abril de 2014, «3º Concurso de Piano Sebastião Leiria», organização da «Academia de Música de Tavira».
04 de Outubro de 2014, Lançamento do Livro «A Objectiva Humorística do Autor».
20 de Fevereiro de 2016, Espectáculo de Homenagem intitulado «Tavira Noiva do Mar» “Prosa, Poesia e Música de Sebastião Leiria” organização e apresentação de Maria Helena Leiria.
7 de Abril de 2018, «4º Concurso de Piano Sebastião Leiria», organização da «Academia de Música de Tavira».