Meu amor, se amor existe,
Deixa-me apenas pensar
Porque é que eu sou tão triste
Quando apenas sei amar.
A vida que a gente leva
Se é castigo não parece
Só troca a luz pela treva
Quem a treva lhe apetece.
A pobreza por ser pobre,
Não empobrece ninguém!!!
Só é pobre quem do cobre
Precisa p´ra ser alguém.
Se a justiça fosse justa
Então justiça haveria
A verdade é que é injusta
A justiça que se queria.
Essa coisa que eu sou
Sou aquilo que pareço
De mim o melhor eu dou
Recebo o que não mereço.
É sempre bom o perdão
Que cada um dá a alguém…
A vida é só coração
Sem ele não se é ninguém.
Velocidade é a pressa
De mais vida se viver;
Viver sim mas com a messa
Que messa p´ra não morrer.
Um homem, no seu valor,
Se alguém o sabe entender,
Ele há-de sentir amor
Por quem saiba o seu saber.
Porque se cruzam caminhos
E teus passos vêm aos meus?
Se disso nos vem carinhos
Não perguntes, mandou Deus.
Navegando por aí,
Só comigo vou andando
Mas viver não é aqui
E não vivo vou sonhando
Se eu pudesse andar p´ra trás
Na vida que já vivi,
Quando chegasse a rapaz
…Esquecia o que aprendi.
Na tarde lenta e disforme
Que discorre em fantasia
Há muito quem se conforme
Mas não sente a poesia.
Esse amigo que não há
Tomara quem o tiver
Aparece ao Deus dará
É amigo p´ra viver.
Os amigos mais amigos
Nem sempre estão junto a nós
Na vida só não há perigos
Se olharmos dentro de nós.
A justiça e a verdade
Inventos que o homem teve
Por pura necessidade
De explicar a vida breve.
Tanta luta tanta luta
Para quê tanto combate
Se quem mais luta e labuta
Inda mais tem quem o mate.
Quase dei a volta ao mundo
P´ra te esquecer por aí
Mas ou o mundo é pequeno
Ou gosto muito de ti.
Um sorriso que esvoaça
É como asa de luz
É uma bênção de graça
Engano que nos seduz.
Se a pena fosse caneta
E a caneta fosse pena
Talvez se atingisse a meta
E a vida fosse serena.
Lá vai a tarde, lá vai ela
Olhei à luz do sol posto
E na meia luz singela
Como eu queria achar gosto.
O homem para ser homem
Deve ter estes sinais
Fazer muito, falar pouco
E não se gabar aos mais.
A justiça e a verdade
Inventos que o homem teve
Por pura necessidade
De explicar a vida breve.
Sempre o pai é sempre pai
Quem vem atrás é só filho
Mas nesse caminho vai
Cada um no próprio trilho.
A finança alta finança
Não acredita em ninguém
Ela é feita à confiança
Quem nada tem tudo tem.
Ou há destino ou maldade
Se há maldade não há destino
Então destino é verdade.
Verdade é mal ou destino?
Sebastião Leiria