Soneto
(dedicado ao poeta Emiliano da Costa)
Menino foi daqui levado, um dia,
Ruindo todo o mundo dos seus passos…
«Moinhos»…«flores melindres»…«maresia»…
Perderam, para sempre, os seus abraços,
Rumando outras cidades lá seguia…
– Outros costumes…gentes…outros traços,
Quebrando a linha que o menino unia
Àquele dos sapais e dos sargaços!
E ele chorou…chorou a vida inteira
Por ter perdido o rio…a brincadeira…
Todo o mundo do seu investigar!…
Voltas!… Pois bem… sorri e sabe agora
Que enquanto tu andaste lá por fora,
Nada mudou…sim, anda…vem brincar!…
Sebastião Leiria
Tavira, 30 de Novembro de 1956