Soneto
Meus versos são magoados, são tristonhos,
Derrotados na vida que sonhei…
São castelos tombados dos meus sonhos,
Saudades do ideal por que lutei.
De peito aberto o fiz, nesses medonhos
Recontros p´la bondade, a que aspirei…
Sem me cansar dos trilhos enfadonhos
Da arte e da beleza que criei.
Traições, ciladas de almas mal formadas
Vieram de emboscada, ás gargalhadas,
Queimando quanto fiz e havia em mim…
……………………………
Criança sonhadora… a alma morta…
Sonhando ainda vai, de porta em porta,
…Em busca da bondade até ao fim.
Sebastião Leiria
Lisboa, 11 de Janeiro de 1972